Quando eu morava sozinha, lembro que somente chamava algum “marido de aluguel” se eu estivesse acompanhada de outra pessoa, tanto por receio como por desconforto. Este é um hábito que mantenho até hoje e, sendo mulher, sei que não sou a única que age desta forma.
A especialista em empreendedorismo feminino do Sebrae, Renata Malheiros, também concorda com a minha afirmação. Ela explicou que com este desconforto, surgem oportunidades para que mulheres entrem, cada vez mais, neste mercado predominantemente masculino.
Foi o caso de Priscila Vaiciunas, criadora do Manas à Obra. Ela contou que, embora a empresa não tenha surgido pensando em atender especialmente o público feminino, a maior procura vinha de mulheres. Hoje, pensando em expandir seus negócios, ela também treina uma equipe feminina.
Isis Pioneli é outro exemplo de mulher que escolheu a área de manutenção. No início, ela atendia usando ferramentas emprestadas e contava com uma média de três serviços por semana. Agora sua empresa, Ela Repara, realiza aproximadamente quatro por dia.
Conserte como uma garota
Para Malheiros, a possibilidade de expansão de negócios com mulheres na chefia é ainda maior. Isso acontece porque o sexo feminino tem uma preocupação extra quanto à importância da profissionalização.
Também são as mulheres que, de acordo com uma pesquisa do Sebrae, são 16% mais escolarizadas do que o sexo oposto na área de empreendedorismo. Quero ver falar que é sexo frágil, hein!
Outro ponto a favor para as profissionais é, segundo Malheiros, a transparência com os clientes. Quantas vezes você só sorriu, acenou e fingiu que entendeu quando o profissional elencava os objetos que precisavam de conserto? Pois é, as mulheres, em geral, buscam explicar a necessidade de cada reparo.
Ensinar a pescar?
E não pense que as empreendedoras param nos consertos não! Na realidade, alguns negócios femininos buscam ensinar suas clientes a resolverem pequenos problemas sozinhas. A Mana Manutenção é uma exemplo de empresa que oferece cursos e workshops, tudo pensando em auxiliar suas clientes.
Desconstruir estereótipos
Se a gente parar para pensar, colocamos toda uma pressão no homem para fazer os serviços de manutenção. Porém, para Cecília Bona, dona da empresa Dona Conserta com Denise Caixeta, os homens “também não têm a obrigação de fazê-lo. Tirar essa imagem de que é algo masculino é importante”, afirma.
Um problema, entretanto, enfrentado pelas empreendedoras é encontrar mão de obra feminina especializada para o trabalho. A solução? Investir em treinamentos. Que tal consertar como uma garota?
*Todas as entrevistas foram feitas pela equipe da Folha de S.Paulo. Além disso, a matéria foi baseada nas informações coletadas pela Folha.
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