Setor de luxo se recupera rápido e lucra mais do que antes da pandemia

Enquanto o varejo “comum” ainda sofre para se recuperar do impacto causado pelo coronavírus no último ano, o outro lado da ponte parece nem lembrar mais da crise. Segundo o Estado de S.Paulo, o comércio especializado em itens de luxo e voltado para rendas altíssimas já demonstra boa recuperação. Para você ter ideia, enquanto as vendas em centros comerciais em geral estavam 16% menores, na semana de 12 a 18 de julho, quando comparadas com o mesmo período em 2019, shoppings de luxo comemoram resultados bem diferentes e já planejam expansão.

Um dos motivos para o aquecimento nacional se dá na dificuldade de viajar para o exterior, por conta da pandemia de covid-19. Outra razão que motiva o aquecimento do comércio de luxo envolve a desvalorização do real. 

Antes, para pessoas como a médica Andreia Frota, dona de uma clínica especializada em injeções faciais para gente cheia de grana, valia a pena esperar uma viagem internacional para comprar itens de luxo. Agora, com o real em baixa e o euro e dólar mais altos, as vantagens em comprar diretamente no exterior reduziram. “É melhor ir na Chanel aqui do lado do que consumir numa viagem”, afirma em entrevista ao Estado de S.Paulo.

Os números

“A Chanel aqui do lado” não é a única a apresentar bons resultados. A JHSF, empresa do shopping Cidade Jardim, do Catarina Fashion Outlet e diversos outros estabelecimentos para classe alta, também vê um cenário positivo. A empresa demonstrou vendas 50% maiores nos meses de maio, junho e julho, quando comparadas ao mesmo período de 2019. Do lado das marcas internacionais, mas com vendas aqui no Brasil, o aumento ultrapassa a marca de 100%. Ou seja, os resultados deste ano já são melhores do que antes da pandemia.

Para o diretor-presidente da JHSF Malls, o segmento “descolou do restante da economia” porque o consumidor de alta renda é ansioso por tendências e novidades. Confesso que também sou, só me falta o capital de giro.

Mais um

A concorrência do JHSF também vive cenário parecido. No Iguatemi, após a segunda onda da pandemia (maio deste ano), as vendas seguiram um ritmo similar ao natalino. Segundo a diretora financeira de relações com investidores do Iguatemi, Cristina Anne Betts, na primeira retomada  do setor, no ano passado, os clientes voltaram de maneira mais tímida para os centros comerciais. Também passavam menos tempo nos shoppings, o que não ajuda a gastar tanto assim, né?

Agora nesta reabertura de 2021, pode não ter jingle bells, mas tem consumidores mais acostumados com os protocolos de segurança. Eles também já retomaram suas vidas cotidianas, com filhos indo para a escola e um cenário de maior “normalidade”, o que contribui para o retorno do consumo de artigos de luxo.

Gastando ainda mais

De acordo com fontes do setor ouvidas pelo Estadão, a vantagem para os shoppings não termina com a verba voltada para itens de vestuário. Com a pandemia, este público de alta renda também está gastando o money que seria destinado para turismo, passeios e outros lazeres fora do país. Quem não consegue ir a Roma, gasta no Brasil como se fosse: e isso é excelente para o comércio de luxo nacional.

Com informações do Estadão.

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